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rapdabanda.blogspot

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Hiphopices


Numa altura em que as atenções estam todas viradas para o discurso do nosso presidente sobre o estado da nação não devia existir momento melhor para também nos debruçarmos sobre o estado da nossa nação hip hop.

Se por um lado a falta de originalidade, a emergência em serem emergentes (brilharem nas luzes da mainstream), o lucro facilitado e outros factores contribuíram para tornar toda a cultura mais pobre musicalmente.

Por outro lado como disse o Kleva no clássico com o Bob “A necessidade criou arte” e surgiu assim um circuito paralelo e de fácil acesso e acessibilidade; as mixtapes!!!

Os menos atentos que olham do lado de fora, declararam em alto e bom som a hora da morte, foram ao funeral, fizeram o Comba e todos os rituais fúnebres possíveis o que até certo ponto é compreensível se olharmos apenas para os números.

O número insignificante de obras lançadas e o mais insignificante ainda número de consumidores se usarmos as rádios e televisões como indicadores facilmente corroboram essa visão de que  tudo anda muito mal cá entre nós “hiphopequeiros” principalmente e com a música de Angola duma maneira geral.

A não existência de gravadoras no verdadeiro sentido da palavra, com orçamentos, estrutura organizacional, mecanismos de marketing & representação, mecanismos de distribuição, promoção e gestão de carreiras fez com que muita boa música nunca chegasse ao grande público e morresse nos estúdios caseiros que existem um pouco por toda essa imensa Luanda.

Aprendida a lição, eis que surgem as mixtapes como válvula de escape tanto pra aqueles que agora começam e buscam visibilidade, como para aqueles que já conhecem os cantos da casa.

Aí as coisas já mudam completamente de figura, no circuito paralelo (as vezes circunscritos em pequenos meios), muito trabalho de qualidade e valor tem sido apresentado.  

Será então que está mesmo morto?
Ou terá mudado de endereço, de filosofia e mercado?

Como justificar que num ano em que a cena tá tão inexpressiva como se diz, aparece público para encher a cidadela, Luanda foi palco do maior show de rap da lusofonia, o Bob fez história no atlântico, Zona 5 rodaram o pais, as mixtapes venderam e encheram o parque da Independência, sem falar de outras salas como Cine África, Casa da Juventude em Luanda entre outras.

Na Ámerica o circuito das mixtapes é usado para o artista se manter sempre presente nos ouvidos dos seus fans entre um trabalho e outro, ou enquanto procura um espaço e público relevante para que as gravadoras vejam nele um “investimento”.

Na minha modesta opinião o trabalho e crescimento deste mercado deve permanecer mas os artistas não se devem acomodar e criar aí uma zona de conforto e não dar o pulo para a fase seguinte.

Está provado que mercado existe, que público existe, que é possivel gerar dinheiro sem comprometer a integridade do executor e a partir do momento que conseguimos conjugar todos os elementos e formar um artista, o talento dentro dele se encarregará do resto... (o Samurai e Vui Vui podem servir como exemplo daquilo que falo).
Peace

1 comentário:

S.Briff disse...

Sou daquela geração que olhava qualquer tipo de lucro financeiro por parte do M.C com maus olhos.Confesso eu propio ter tido esse pensamento a dada altura mas...CRESCI.Hoje sei que era ingenuidade minha(nossa).Acredito que o Artista mestre de sua arte, cuja mensagem toca 100 ou 1.000.000 merece ser recompensado.No caso do Hip Hop quero ver cada vez mais rimas a pagar rendas,e fraldas para os bebes.Quero ver o m.c ser valorizado enquanto artista ao existir publico que paga para ver concertos seus.Quero mais Yannicks.Mas desviem-se das formulas por favor.Nos gostamos dos kalibrados mas não precisamos de 400 grupos iguais,agora estão
os Zona 5 no auge sigam o exemplo deles mas nao copiem.O Hip Hop aqui nao pode morrer.Ha muita historia para ser contada.Paz.

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